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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

QUEM É QUEM? (Dr. Alberto)


Doutor Alberto Brizeno Milfont - um pouco de sua vida e sua obra


Antonio Nogueira da Nóbrega


Alberto Brizeno Milfont nasceu em Assaré, Estado do Ceará, a 4 de abril de 1904, sendo seus pais Francisco Liberalino Mulfont e Laura Brizeno Milfont.     

 
O PROFISSIONAL

Como cirurgião-dentista, diplomado pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, no ano de 1925, Doutor Alberto exerceu a sua profissão clinicando em Fortaleza, Missão Velha e Lima Campos, entre outras localidades cearenses. Já no Estado da Paraíba, prestou seus serviços profissionais em São João do Rio do Peixe (onde instalou seu consultório odontológico, tornando-se o primeiro dentista formado da cidade), Sousa, São José de Piranhas e Uiraúna.


O CASAMENTO

                 Casou-se, no ano de 1935, com Orcina Pires Dantas (que, depois de casada, adotou o sobrenome Milfont no lugar de Dantas), filha de Benício Gonçalves Dantas e Dulcinéia Pires Dantas. Desse consórcio, nasceram os seguintes filhos: Alberto Renan (já falecido), José Dorian (já falecido), Bertrand (já falecido), Darlan, Laura Delian e Eridan.

O POLÍTICO

              Ingressando na política partidária, Doutor Alberto conseguiu eleger-se vereador, pela UDN, chegando a ocupar o cargo de presidente da Câmara Municipal, no período de 9-11-1947 a 30-11-1951. Além disso, exerceu o cargo de prefeito do município (nomeado), durante curto espaço de tempo: de 1945 a 1946, bem assim o de suplente de juiz de direito, em 1933. No ano de 1980, a Câmara Municipal concedeu-lhe o título de Cidadão Navarrense pelos relevantes serviços prestados à cidade.
       
O ESPÍRITA

               O Espiritismo chegou a São João do Rio do Peixe, nos primeiros anos da década de 1930, e foi trazido pelas mãos de Dr. Alberto, que aqui desembarcou no dia 3 de junho de 1933, procedente de Lima Campos (CE); conduzindo, na sua bagagem, o diploma de cirurgião-dentista e as obras básicas da doutrina kardequiana, entre outros pertences. Antes, porém, passou pelo Distrito de Pilões, deste município, onde se demorou por alguns meses. (Depoimento de Orcina Pires Milfont, viúva de Dr. Alberto).
           Aqui chegando, Doutor Alberto, como era mais conhecido, fixou residência definitiva e foi em busca de adeptos para a doutrina codificada por Kardec, tendo conseguindo a adesão da maioria das pessoas mais influentes e mais esclarecidas da cidade, entre o quais: Militão de Albuquerque, contador da Casa Estrela, de propriedade de Luiz Bernardo de Albuquerque; Dr. Rosalvo Marques Galvão, farmacêutico, proprietário da Farmácia Santa Terezinha; Dr. Francisco Vaz Carneiro, juiz de direito da comarca; Jacob Guilherme Frantz, militar, e Adauto Maia, funcionário público, todos eles procedentes de outras regiões não só da Paraíba, mas também de outros estados da federação, que aqui chegaram, no início dos anos 30, fixando residência na cidade. (Ver em São João do Rio do Peixe – Datas e Notas, Gráfica e Editora Halley S. A., Terezina-PI, outubro de  2012, pp. 219/220,  Galvão, Rogério Cândido Ramalho).
               Assim, foi constituído o primeiro grupo espírita de São João do Rio do Peixe (sem denominação), dando-se início aos estudos doutrinários. Por falta de uma sede própria, as reuniões de estudo e de educação mediúnica eram realizadas, à noite, nas dependências da Clínica Odontológica de Doutor Alberto, na época, situada na Praça da Matriz, nº 22. No ano seguinte, 1934, o grupo passou a funcionar na residência de Militão de Albuquerque, nº 16, na mesma rua, paredes-meias com o antigo prédio.
              Corria, então, o ano de 1934. Nessa época, havia um enorme preconceito contra o Espiritismo, muito mais do que nos dias de hoje, é claro. Por isso, os espíritas de então se reuniam, à noite, depois das 22h30, quando a cidade ficava às escuras; pois, nessa hora, o gerador de energia era desligado, após dar três sinais: apagando e acendendo as luzes, e a cidade ficaria completamente deserta e adormecida, se não fossem esses notívagos que se dirigiam à casa de Militão. Aliás, ser espírita, numa época daquelas, era preciso, acima de tudo, ter muita coragem, e Doutor Alberto era um espírita assumido, que perseverou até o fim.   
    Com o passar do tempo, o grupo foi-se dispersando: uns desistiram; outros se mudaram para outras cidades, enquanto alguns desencarnaram. Assim, esse grupo se desfez, por completo. Entretanto, Doutor Alberto continuou firme, professando o Espiritismo; tendo conseguido, pouco tempo depois, liderar os companheiros remanescentes do primeiro grupo, aos quais se juntaram os novatos que foram chegando.
                Aos poucos, com o correr dos anos, o segundo grupo também chegou ao seu final, mas Doutor Alberto continuou lendo e estudando, em casa, as obras espíritas, até o fim de seus dias terrenos, cujo desencarne se deu a 05/08/1990, quando ele já contava com a idade de 86 anos.  (Dados colhidos da  professora Orcina Pires Milfont, viúva de Dr. Alberto).           

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