Doutor Alberto Brizeno Milfont - um pouco de sua vida e sua obra
Antonio Nogueira da Nóbrega
Alberto
Brizeno Milfont nasceu em Assaré, Estado do Ceará, a 4 de abril de 1904, sendo
seus pais Francisco Liberalino Mulfont e Laura Brizeno Milfont.
O PROFISSIONAL
Como
cirurgião-dentista, diplomado pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do
Ceará, no ano de 1925, Doutor Alberto exerceu a sua profissão clinicando em
Fortaleza, Missão Velha e Lima Campos, entre outras localidades cearenses. Já no
Estado da Paraíba, prestou seus serviços profissionais em São João do Rio do
Peixe (onde instalou seu consultório odontológico, tornando-se o primeiro
dentista formado da cidade), Sousa, São José de Piranhas e Uiraúna.
O CASAMENTO
Casou-se, no ano de 1935, com
Orcina Pires Dantas (que, depois de casada, adotou o sobrenome Milfont no lugar
de Dantas), filha de Benício Gonçalves Dantas e Dulcinéia Pires Dantas. Desse
consórcio, nasceram os seguintes filhos: Alberto Renan (já falecido), José
Dorian (já falecido), Bertrand (já falecido), Darlan, Laura Delian e Eridan.
O POLÍTICO
Ingressando na política partidária,
Doutor Alberto conseguiu eleger-se vereador, pela UDN, chegando a ocupar o
cargo de presidente da Câmara Municipal, no período de 9-11-1947 a 30-11-1951. Além
disso, exerceu o cargo de prefeito do município (nomeado), durante curto espaço
de tempo: de 1945 a 1946, bem assim o de suplente de juiz de direito, em 1933.
No ano de 1980, a Câmara Municipal concedeu-lhe o título de Cidadão Navarrense pelos relevantes serviços
prestados à cidade.
O ESPÍRITA
O Espiritismo chegou a São João
do Rio do Peixe, nos primeiros anos da década de 1930, e foi trazido pelas
mãos de Dr. Alberto, que aqui desembarcou no dia 3 de junho de 1933, procedente
de Lima Campos (CE); conduzindo, na sua bagagem, o diploma de
cirurgião-dentista e as obras básicas da doutrina kardequiana, entre outros
pertences. Antes, porém, passou pelo Distrito de Pilões, deste município, onde
se demorou por alguns meses. (Depoimento de Orcina Pires Milfont, viúva de Dr.
Alberto).
Aqui chegando, Doutor Alberto, como era mais
conhecido, fixou residência definitiva e foi em busca de adeptos para a
doutrina codificada por Kardec, tendo conseguindo a adesão da maioria das
pessoas mais influentes e mais esclarecidas da cidade, entre o quais: Militão
de Albuquerque, contador da Casa Estrela, de propriedade de Luiz Bernardo de
Albuquerque; Dr. Rosalvo Marques Galvão, farmacêutico, proprietário da Farmácia
Santa Terezinha; Dr. Francisco Vaz Carneiro, juiz de direito da comarca; Jacob
Guilherme Frantz, militar, e Adauto Maia, funcionário público, todos eles
procedentes de outras regiões não só da Paraíba, mas também de outros estados
da federação, que aqui chegaram, no início dos anos 30, fixando residência na
cidade. (Ver em São João do Rio do Peixe
– Datas e Notas, Gráfica e Editora Halley S. A., Terezina-PI, outubro de 2012, pp. 219/220, Galvão, Rogério Cândido Ramalho).
Assim, foi constituído o primeiro grupo
espírita de São João do Rio do Peixe (sem denominação), dando-se início aos
estudos doutrinários. Por falta de uma sede própria, as reuniões de estudo e de
educação mediúnica eram realizadas, à noite, nas dependências da Clínica Odontológica
de Doutor Alberto, na época, situada na Praça da Matriz, nº 22. No ano
seguinte, 1934, o grupo passou a funcionar na residência de Militão de
Albuquerque, nº 16, na mesma rua, paredes-meias com o antigo prédio.
Corria, então, o ano de 1934. Nessa época,
havia um enorme preconceito contra o Espiritismo, muito mais do que nos dias de
hoje, é claro. Por isso, os espíritas de então se reuniam, à noite, depois das
22h30, quando a cidade ficava às escuras; pois, nessa hora, o gerador de
energia era desligado, após dar três sinais: apagando e acendendo as luzes, e a
cidade ficaria completamente deserta e adormecida, se não fossem esses
notívagos que se dirigiam à casa de Militão. Aliás, ser espírita, numa época
daquelas, era preciso, acima de tudo, ter muita coragem, e Doutor Alberto era
um espírita assumido, que perseverou até o fim.
Com o
passar do tempo, o grupo foi-se dispersando: uns desistiram; outros se mudaram para
outras cidades, enquanto alguns desencarnaram. Assim, esse grupo se desfez, por
completo. Entretanto, Doutor Alberto continuou firme, professando o
Espiritismo; tendo conseguido, pouco tempo depois, liderar os companheiros
remanescentes do primeiro grupo, aos quais se juntaram os novatos que foram
chegando.
Aos poucos, com o correr dos anos, o segundo
grupo também chegou ao seu final, mas Doutor Alberto continuou lendo e estudando,
em casa, as obras espíritas, até o fim de seus dias terrenos, cujo
desencarne se deu a 05/08/1990, quando ele já contava com a idade de 86 anos. (Dados colhidos
da professora Orcina Pires Milfont,
viúva de Dr. Alberto).
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