Maria Ferreira de Holanda, conhecida como Lia, nasceu a 24/01/1928, no município de Poço de José de Moura - PB. Anos depois, deslocou-se para São João do Rio do Peixe, a fim de continuar os estudos que iniciara na terra natal, passando a residir em casa de parentes. Chegando à cidade, conheceu José Viana (Zé Dino), e com ele se casou no dia 05-06-1952. Deste enlace matrimonial, nasceram onze filhos, a saber: Francisco Ulisses (Titico), Maria Uilsa, Maria Edna, Yolanda Ferreira Viana, Josélia Ferreira Viana, Nilton Viana, Elias Viana (Negão), Célia Ferreira Viana, José Viana (Dedé), Orlando Viana e Hélio Viana. Hoje, seus onze filhos estão espalhados pelo Brasil afora; cada um seguiu o seu destino.
A família de Dona Lia é uma cidadela, onde as pessoas se abrigam e se aquecem, porque é rica em calor humano. Na convivência familiar, aprendemos que é mais importante ser do que ter; ser solidário e repartir, com os outros, do que guardar só para si. A professora D. Lia viu isso no trabalho e no desejo de lutar por um mundo mais justo, mais humano, onde muitos valores adormecidos puderam ser acordados, onde a ternura foi reacendida e onde a vida triunfou sobre a morte. Esse é o novo momento histórico da mulher Lia, é um momento prenhe do futuro, um momento anunciador.
Em 1968, ela ficou viúva,
com onze filhos menores para criar, tendo que trabalhar duro, na roça; e, nas
horas vagas, ensinava, em sua residência, pelo MOBRAL. Vendo que o salário não
dava para se manter, fundou, na sua residência, uma escola particular, onde o aluno
que não queria estudar ia para palmatória. Os alunos tinham respeito pela
professora. Aluno que não aprendia em outras escolas, ia estudar com Dona Lia.
Ela era carrasca e tinha responsabilidade para com seus alunos.
Mesmo sem condições
financeiras, continuou mantendo seus filhos no Colégio Estadual de São João do
Rio do Peixe. Os que estudavam pela manhã cediam os livros para os que
estudavam à tarde.
Dona Lia era uma
mulher guerreira, vencedora, que aprendeu, com o sofrimento, que mais vale
lutar do que recolher tudo com facilidade. Antes acreditar do que duvidar.
Mulher presença, quando em volta tudo é escuro e estranho. “O mundo se agiganta
em força de grande ameaça, e nos sentimos débeis e fracos como umas crianças
indefesas." Essa é a professora
D. Lia.
Hoje, com 79 anos
de idade, mora em João Pessoa, no Conjunto Valentina de Figueiredo. Acometida do
mal de ALZHEIMER, voltou a ser criança; não conhece ninguém, chora feito
criança, quer ir embora para a sua casa, não sabe onde está, e, quando se
lembra de alguma coisa, é do passado: sua casa, seu marido, sua amada cidade de
São João do Rio do Peixe. Há momentos em que diz que seus filhos são seus
irmãos; ela mistura tudo.
Meu desejo é que a
história da professora Dona Lia sirva de exemplo não só para os nossos filhos e
netos, mas também para outras famílias. Apesar das grandes dificuldades que
enfrentou, ela soube ser sábia, criando seus filhos longe da marginalidade.
Mulher Guerreira, lutadora, que venceu todas as barreiras que o destino pôde
colocar diante de si. Hoje, cumprida a sua tarefa, aqui na Terra, ela está só
esperando o dia em que o Senhor Jesus mande buscá-la de volta à Casa do Pai. Assim,
agradeço a Deus não só pelos momentos de felicidade, mas também pelos de
angústia por que passamos.
Maria Uilsa Viana Xavier.
Agradecimentos do Blog”
Páginas
coletadas no BLOG “AMOR A SÃO JOÃO”.
A professora Lia faleceu, em João
Pessoa, Capital do Estado da Paraíba, a 25/12/2012.
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