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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

QUEM É QUEM? (Senhor Alexandre)




SENHOR ALEXANDRE,
            um pouco de sua vida e de sua obra


Antonio Nogueira da Nóbrega



Nascido a 16/11/1894, no Sítio Araçás, município de São João do Rio do Peixe, José Alexandre Filho, conhecido como Senhor Alexandre, era o terceiro dos treze filhos do casal José Alexandre Ribeiro Dias e Ana Maria de Abreu.
            Na fazenda que o viu nascer, passou a infância e a juventude, ao lado dos pais, ajudando-os no cultivo da terra e no criatório. Naqueles anos recuados, quando o transporte era feito em lombo de burro, Senhor Alexandre,  com seu pai, trilhava as veredas sertanejas, levando algodão para Mossoró-RN, e de lá trazendo sal para as praças de Sousa e Cajazeiras. Incluíam-se, também, no traçado das andanças desse velho tropeiro, os municípios de Milagres, Mauriti, Missão Velha e Barbalha, no Ceará, de onde trazia rapadura e farinha para abastecer o comércio da ribeira do rio do Peixe.
          Aos 27 anos de idade, já havia conseguido a sua independência econômica, estabelecendo-se no ramo de secos e molhados. Casou-se, em primeiras núpcias, com Maria Tavares do Rosário, mas essa união durou pouco tempo e não deixou filhos. Tempos depois, transferiu sua casa comercial para o distrito de Pilões, deste município, e, depois, para a Fazenda da Serra (hoje Icozinho-CE), retornando, em seguida, àquele distrito. Depois da separação, consorciou-se com Maria do Carmo Cavalcanti. Dessa união, nasceram seis filhos: Antônia, Eduardo, José, Francisco, Francisca e Carlos, conhecido como Jesus. Usando de sua amizade pessoal e prestígio junto ao Dr. José Américo de Almeida, então Ministro da Aviação e Obras Públicas, lutou pela construção do açude de Pilões, cuja inauguração ocorreu no ano de 1933.
         Iniciou sua vida pública elegendo-se vereador pela antiga UDN. Mais tarde, ingressou no antigo PL, legenda pela qual foi eleito prefeito municipal de São João do Rio do Peixe, no ano de 1951, para cumprir um mandato de quatro anos, que terminou a 30-11-1955.
          Apesar de ser um homem de poucas letras, possuía grande tirocínio administrativo. Dentre as obras que marcaram a sua profícua administração, destacam-se: a construção de grupos escolares, em várias localidades do município; construção da sede própria da Prefeitura Municipal e da Câmara de Vereadores; reforma da Praça Padre Joaquim Cirilo de Sá, com aposição do busto do homenageado; colocação, na Praça da Matriz, dos bustos de Getúlio Vargas e João Pessoa, presidentes da República e do Estado, respectivamente; reforma e ampliação da Biblioteca Pública Municipal Padre José Dantas, com enriquecimento do seu acervo; reforma do Cemitério Público Nossa Senhora da Consolação, implantando a sua iluminação; manutenção da difusora do município (serviço de alto-falante); criação da Banda de Música e compra dos respectivos instrumentos e acessórios; reforma do prédio do Mercado Público; delimitação da cidade com cerca de arame farpado, colocando cancelas e mata-burros nas estradas, para evitar o livre trânsito de animais pelo perímetro urbano; emplacamento dos prédios da sede-municipal; início do calçamento da sede do município; implantação do abastecimento d’água da cidade, um dos primeiros de todo o Estado da Paraíba; adquiriu um conjunto elétrico, com suas respectivas redes de distribuição de energia, para iluminação da cidade; adquiriu um motor-bomba para a irrigação; implantação de um pomar defronte do Cemitério Público da sede, que foi abandonado pelos administradores subseqüentes; aberturas da Travessa D. Pedro II, por trás da Rua Djalma Dutra; abertura da estrada de Barra do Juá a Serra do Padre (hoje município de Triunfo), o que custou, na época, grande soma de recursos aos cofres municipais, com o objetivo de facilitar o escoamento da produção agrícola daquela região, um dos principais celeiros do município. Não se esquecia da conservação das estradas já existentes, pois sempre as mantinha em boas condições de tráfego, apesar de o território navarrense contar, na época, com 1479 Km2, abrangendo os atuais municípios de Uiraúna, Triunfo e Santa Helena, Poço Dantas, Bernardino Batista, Joca Claudino e Poço de José de Moura.  Além disso, mantinha, em dia, todos os compromissos da municipalidade, não obstante os parcos recursos municipais. Em 1963, tentou pela segunda vez, voltar ao governo municipal, pela legenda do PL, mas não logrou êxito. (Dados colhidos de Lourival Ribeiro da Nóbrega).
            Em 20/01/1975, morre a sua companheira Maria do Carmo Cavalcanti. Em 1976, quando contava com a idade de 82, contraiu matrimônio com Maria Priscila Pereira, cerimônia oficializada pela Igreja Brasileira, no dia 22 de março do mesmo ano. Desse consórcio, nasceu Ana Pereira Alexandre (Santana), filha única, cujo nome foi uma homenagem à avó paterna.
              A 07/05/89, aos 95 anos de idade, Senhor Alexandre, cercado do carinho de sua esposa, filhos, netos e bisnetos, deixou o nosso convívio, mas levando consigo a certeza do dever cumprido.


























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