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sexta-feira, 22 de junho de 2012

QUEM É QUEM? (Severino e Laura)




SEPTUAGÉSIMO ANIVERSÁRIO DE CASAMENTO DE SEVERINO DANTAS PINHEIRO E MARIA LAURA PINHEIRO DA SILVA

     Antonio Nogueira da Nóbrega


          Corria então o último quartel do século XIX, quando José Nogueira Pinheiro - tronco do qual descendem quase todas as famílias são-joanenses e uiraunenses que adotam estes sobrenomes: Nogueira/Pinheiro - chegou a São João do Rio do Peixe, procedente do Ceará, fixando-se na antiga fazenda Olho D’água dos Araújo (hoje Brejo das Freiras), depois de casar-se, em segundas núpcias, com Joana Dantas Rothea,  filha de Raimundo Dantas Rothea, bisneta, portanto, do capitão-mor João Dantas Rothea - o fundador da cidade de São João do Rio do Peixe. Desse consórcio nasceram doze filhos, sendo nove homens e três mulheres. Estes, somados aos cinco descendentes do primeiro matrimônio de José Nogueira Pinheiro com Manuela Nogueira, e mais uma filha bastarda, de nome Maria, formaram uma numerosa prole de dezoito irmãos.
          Os anos foram passando, até que, certo dia, o velho casarão amanhecera em festa. Seguindo-se o costume sertanejo, fogos espocavam no ar, anunciando o nascimento do 12º filho do casal José Nogueira e Joana. Consultando a folhinha, verificou o pai do varão que era 11/04/1896. O recém-nascido, levado à secular pia batismal da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, recebeu o nome de Severino. O Padre Manuel Vieira da Costa celebrou o sacramento. João Holanda e Joana formiga foram seus padrinhos.
          No ano seguinte, 1887, a 11 de junho, no sítio Lagoa do Mel, deste município, o casal João Rodrigues Pinheiro Landim e Maria Antônia Amaro da Silva Silveira era agraciado com o nascimento de uma filha. Na mesma pia batismal, igualmente batizada pelo Padre Manuel Vieira da Costa, recebeu  o nome de Laura, cujos padrinhos foram Antônio Tomaz e Cândida Dantas, naturais deste município.
          O tempo passa. Depois, muito tempo depois, Severino e Laura se conheceram. Enamoraram-se.  Trocaram juras de amor eterno... Foi amor à primeira vista. O noivado, que contou com a aprovação dos  pais, não tardou. Assim, começava um lindo romance que já está durando 70 anos – quase um século só de amor!...Severino era irmão, por parte de pai, de João Rodrigues Pinheiro Landim - seu sogro.
          Era então o ano de 1916. Não mais existiam José Nogueira Pinheiro (M. 5.2.1900, aos 58 anos de idade), João Rodrigues Pinheiro Landim (M. 23.4.1915, aos 43 anos de idade) e Maria Antônia Amaro da Silva Silveira (M. 31.3.1915, aos 40 anos de idade). Nesse mesmo ano, 1916, por volta das 9h da noite do dia 28 de dezembro, na residência de Joana Dantas Rothea (M. 10.12.1924, aos 68 anos de idade), a mãe do noivo, em Pilões, (onde passara a residir alguns anos depois), o Padre Joaquim Cirilo de Sá (M. 13.11.1941, aos 72 anos de idade), celebrava o enlace matrimonial de Severino e Laura, enquanto uma copiosa chuva caía lá fora, abençoando aquela união conjugal. Debaixo dessa chuva de dezembro, o vigário chegou à residência do noivo, com a batina toda encharcada, depois de fazer o percurso, a cavalo, de São João a Pilões, para cumprir o prometido.
Recém-casados, aí edificaram a sua residência e foram viver felizes. Nesse novo lar, sob as bênçãos da fecundidade, nasceram sete filhos, a saber:
          Maria Antônia Dantas Pinheiro;
          Joana Dantas Pinheiro;
          Eunice Dantas Pinheiro;
          Manuel Dantas Pinheiro;
          José Dantas Pinheiro;
          Francisco Dantas Pinheiro;
          Maria Necy Dantas Pinheiro
          Estes, com o correr dos tempos, casaram-se e, por conseguinte, deram 35 netos e 17 bisnetos a Severino e Laura.
         Hoje, 28 de dezembro de 1986, decorridos 70 anos daquela noite chuvosa, esse casal exemplar, cercado do carinho dos filhos, netos, bisnetos, parentes e amigos diletos não só festeja o septuagésimo aniversário de seu casamento, mas também agradece ao nosso PAI-CRIADOR pela Sua infinita bondade em lhes conceder estes setenta anos de feliz vida conjugal, acontecimento esse que, nos dias atuais, vem-se tornando uma coisa tão rara...
          Obrigado, Senhor!
          Nós Vos agradecemos por este raro e belo momento!...
          A vocês, Severino e Laura, nossos sinceros parabéns!

                   


Esta crônica foi lida por Carmem Cleia Dantas Nóbrega, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, depois da missa em Ação de Graças pela passagem do 70º aniversário de casamento de Severino Nogueira e Laura.














Obs.: Severino Dantas Pinheiro faleceu em 01-07-1996, aos 100 anos e 3 meses de idade; e Maria Laura da Silva Pinheiro, em 29-01-1991, aos 93 anos e 2 meses de idade.
         

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