ANTONIO NOGUEIRA DA NÓBREGA
Certa
vez, José Henrique Sobral, preocupado com o descaso com que era tratado o
ensino público da Paraíba (o que não
é privilégio só do passado), endereça a seguinte carta ao então Imperador do
Brasil, Sua Majestade Dom Pedro II, solicitando-lhe providências saneadoras
para o grave problema que vinha afetando a vida escolar do então povoado de São
João, hoje a cidade de São João do Rio do Peixe:
“Senhor:
O estado
financeiro desta Província bem se deixa ver pela falta de dinheiro, que se nota
no Tesouro Provincial, que não podendo pagar os ordenados dos Professores,
obrigam a Assembleia suprimir a muitas cadeiras, privando com este golpe fatal
a mocidade de instruir-se na literatura, reduzindo-a por assim dizer a um
estado selvagem. E quem, sinão Vós,
poderá remediar este mal? É portanto, o que esperta de Vosso zêlo Imperial o
De
Vossa Magestade
Humilde Vassalo
São João
3 de setembro de 1881.
José Henrique Sobral”
UM FATO
ESTRANHO ACONTECEU COM ZECA
Ao acordar, na manhã do dia 23, Zeca procurou sua irmã Maria para
contar-lhe algo de estranho que havia lhe acontecido durante a noite,
perturbando seu sono. Segundo comentou,
ouvira umas misteriosas vozes que o acordavam, de vez em quando, dizendo-lhe:
“Zeca, levanta-te que está na hora...!” A princípio, pensou que se tratasse de
alguém que o procurava para alguma consulta, (ele fazia as vezes de médico),
como era costume isso acontecer, até mesmo fora de hora. Após o terceiro
chamado, Zeca levantou-se, foi até a janela e procurou, através da fresta,
enxergar o dono daquela voz que não parava de chamá-lo, mas nada, nenhum vulto
pôde divisar. Após a conversa que tivera com a irmã, Zeca foi à estação ferroviária
e comprou duas passagens de trem para a cidade de Cajazeiras: uma de ida e
outra de volta, mas só usou a de ida, porque, na hora da volta, ele já estava
morto. Esse fato encontra-se narrado em “O SACRISTÃO”, página nº 55, livro da
escritora, de saudosa memória, Rosilda Cartaxo.
SEPULTAMENTO DE JOSÉ HENRIQUE SOBRAL
Flagrantes do enterro de José Henrique Sobral,
ocorrido a 24/06/1931, no antigo Cemitério Jerusalém, que ficava no local onde
hoje se ergue a capela de São Francisco das Chagas. Zeca, como era mais
conhecido, falecera, repentinamente, no dia anterior, na cidade de Cajazeiras,
na sala de visitas do Palácio Episcopal, de joelhos, aos pés de Dom Moisés
Coelho, bispo da Diocese de Cajazeiras, logo após beijar a mão daquela
autoridade eclesiástica.
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